Então
é natal. Caminho até em casa com as solas do scarpin fazendo um
barulho imenso quando tocado no asfalto. O som ganha eco devido o
silêncio que está nas ruas. Olho tudo ao meu redor. As casas cheias
e iluminadas, carros aos montes estacionados em todos os cantos,
pessoas sorrindo do outro lado das janelas, lojas fechadas com
desejos de boas festas brilhando na entrada, algumas já estão se
apagando. O mundo parou aqui fora, e começou dentro das casas
fechadas. Cada lar representando um coração de mãe, que sempre
cabe mais um e é acolhedor. Em algumas posso ver pessoas brincando e
se abraçando, em outras estão apenas olhando a TV com cara de
poucos amigos. Esse natal nada mais é igual. Passei pela sua rua, e
pensei em deixar um cartão de feliz natal no seu correios, mas
desisti. Não era um feliz natal longe de mim que eu te desejava.
Resolvi dizer pra mim mesma que os presentes ganho no trabalho
estavam pesados demais pra eu fazer aquela parada. Olhei sua janela,
como olhei a de todas as outras pessoas, e notei que as luzes do seu
apartamento estavam apagadas. Esse ano você não colocou nenhum
símbolo na porta e nem na janela. É estranho porque eu me lembro
que você sempre fazia a casa parecer uma extensão do polo norte.
Talvez você tenha optado por uma viagem em cima da hora. Não sabia
muito bem, pois desde o rompimento nossa comunicação passou a ficar
cada vez menor, mesmo com o desejo enorme de estar juntos. O tempo
foi esfriando e eu pensei que fosse a resposta pro meu pensamento
sobre o que havia acontecido com nós. Arrumei o casaco e o cachecol
e apressei o passo. Era assim que eu me esquentava agora. Sozinha. Já
estava prestes a entrar em casa. Alguns vizinhos estavam saindo e
sorriram desejando feliz natal. Foi estranho porque nesse tempo todo
que moro aqui, nunca trocaram ao menos um olhar comigo. Mas essa era
mesmo a época do amor. Quando eu entrei nesse minúsculo lugar que
chamo de casa, eu me lembrei dos planos que fizemos pra esse natal e
procurei a lista de compras, que ainda estava dentro do segundo livro
na mesinha da sala. Eu ri dela quando vi o nome" passas"
escrito ali bem grande. Você odiava arroz com passas, e eu amava.
Não tinha peru na lista porque você sabia que eu não cozinhava nem
uma galinha muito bem, então preferiu deixar pra comprar um em
alguma padaria. Deixei a lista ali e fui pegar uma cidra na
geladeira. Já no primeiro gole eu quis pegar o celular e ligar pra
você, mas a campainha tocou e logo em seguida ouvi duas batidinhas
na porta, isso era tão você que chegou a gelar minha espinha. Então
eu coloquei os sapatos, que tinha acabado de tirar, e atendi a porta.
Era você. Segurando um peru e um champanhe de verdade. Me olhou e
disse:
Não
é fácil achar peru no natal. Demorei demais?
-
Deixei a cidra aberta pra brincar com champanhe a magia do natal. A
magia de ter você
PS: Texto de autoria da Emy L.(mistériosssss)
PS²: Pra lembrar a magia do Natal.
Ps³: Adoro PS.
Ai que lindo o texto *-* Super conseguiu trazer a magia de Natal!
ResponderExcluirwww.vestindoideias.com
Fico feliz que tenha gostado <3
Excluir